RECOMEÇO

A vida é feita de escolhas.

A cada instante fizemos escolhas. E, quando elas não trazem o resultado que esperemos, há que recomeçar.

Difícil é o recomeço.

Mais fácil seria permanecer inerte, indiferente, passivo, quieto.

No entanto, levantar-se, reunir forças, tornar-se sujeito do querer é condição para continuar vivendo.

Há que recomeçar sempre. Na falta de dialogo, na ausência de um sorriso, no amor não correspondido, no concurso reprovado, na receita que não deu certo... O remédio é o recomeço.

O recomeço cura feridas, espanta medos e fantasmas.

Medos e fantasmas são prisões para alegria, reprimem e enclausuram a vontade de saborear as delicias da vida.

Só experimenta as delicias da vida quem levanta a cabeça, quem retoma as rédeas do viver, quem se abre às novidades, aos novos caminhos, às novas oportunidades.

Recomeço é permissão. Permissão para viver o diferente, o inusitado, para romper preconceitos, normas, dogmas e culpas. Quem recomeça tece sonhos e renova a esperança.

Recomeçar é o despertar de um sono profundo.

Os olhos vão se abrindo, as mãos e os pés vão ocupando espaço, o corpo vai sentindo o pulsar do sangue. Então, surge o desejo.

Desejo é aquela vontade que nasce, rodopia no pensamento, passa pelo coração e vai embora. Depois volta, surge como se fosse do nada e fica ali, tomando conta da alma, até que haja o recomeço.

Celica Vebber