Valeu amiga, serve pra mim..

Vôo Livre

O que há de se fazer com a embriaguez do amor?   

Nada! Nada, senão curvar-se ao sentimento. É preciso encher uma taça com um bom vinho e beber a dor.

Quem sofre por amor fica lapidado feito jóia preciosa. Torna-se especial. Corajoso e consciente de que a razão não domina o mundo sozinha. Razão nada mais é do que uma forte emoção revestida de conceitos, normas, prazos - até petrificar, até virar lei, até ganhar posto de Razão.

Quem não se embriagou de amor não correspondido, não viveu intensamente. No entanto, os adoecidos de amor precisam dar um passo em direção à liberdade. Sim, pois a dor persegue, cria fantasmas, domestica, aprisiona.

Eu até admito: - sou pássaro preso em uma gaiola sem grades. Fico ali, não posso voar. Não quero voar. Quero esperar pelo amor.

Pássaros feridos ensinam: - quando não se pode voar se saltita. Hora para outra, sem dar-se conta, silenciosamente, o amor pousa. Os caminhos se cruzam, se abrem.

O amor tem poderes mágicos, de encantamento, de rompimento de barreiras. Sim: o amor é persistente. O amor é borboleta, brisa suave, pôr-do-sol, é doce de chocolate com sorvete, é ombro amigo, é fé.

Ao amor ninguém resiste. Chega de mansinho, sem avisar, e pousa no coração, mas exige coragem para o vôo livre

Celica Vebber