Realmente...como ninguém te amou antes.... Qualquer semelhança não é coincidência é realidade!

quarta-feira, 1 de junho de 2011

ESTRELA CADENTE

 ESTRELA CADENTE

O menino olhava para todos os lados. Corria de lá para cá. Remexia plantas, espiava entre árvores, buscava algo nas pedras. Era uma procura intensa. De longe eu o espiava.
- O que procuras?
-Uma estrela! Ela veio deslizado do céu. Veio caindo, caindo e sumiu por aqui.
-Ah, uma estrela cadente. Você fez um pedido?
É tradição formular um desejo quando se vê uma estrela cadente.
 -O que você vai fazer quando a encontrar?
-Vou colocar a estrela novamente em seu lugar. Vou pendurá-la no céu.
Estrela cadente é o nome dado a um fenômeno astronômico que acontece freqüentemente. Apesar do nome, não são estrelas. São meteoros que entram na atmosfera terrestre e sofrem intenso atrito. O aquecimento gerado pelo atrito faz com que peguem fogo. Com isso ocorre a emissão de luz própria, permitindo que possam ser vistos.
Não sabia o menino, que “estrelas candentes” não podem voltar ao seu lugar. Aliás, quando saímos de nossos lugares, jamais voltamos. Muda o lugar e mudamos nós. Nosso brilho fica diferente, o coração bate em outro compasso. Sair de nós mesmos, olhar para além do interesse pessoal é produzir luz. É espalhar sementes de generosidade. É deixar meninos e sonhos crescerem sem medos.
Diante de “estrelas cadentes” o melhor é seguir o caminho. É bom não voltar, exceto se não há outro caminho. Mas caminhos sempre há de existir. É preciso olhar para frente. Abrir-se ao novo, olhar o horizonte.
Se não for possível voltar ao mesmo lugar, é possível construir outro. Se não for possível reconstruir a antiga relação, se não é possível o velho amor, deixe-o como se fosse uma “estrela cadente”. Deixe deslizar pelo céu de suas angustias até desaparecer entre as árvores do menino. Deixe que se vá! Valeu pela experiência, pelo brilho.  É hora de recomeçar. Faça seu pedido.

Celica Vebber
Jornalista                                                   

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