Realmente...como ninguém te amou antes.... Qualquer semelhança não é coincidência é realidade!

domingo, 31 de julho de 2011

SAUDADE


Saudade é uma dor latente.
Que se instala bem no fundo do peito.
Que reflete o desejo
Uma dor que nosso peito sente.
Um desejo de contigo sempre estar.
Sem saber, sem pensar, e nem por que,
Mas de estar contigo.
Saudade é...
Um longo olhar que se lança ao nada.
Um toque, um chá, um gesto, um bate papo....
Saudade é um grito sufocado
Que jamais poderemos soltar, ou poderemos?
É chamar o teu nome, sentir o teu perfume
Até ouvir a tua voz
Acho que a saudade é irmã da esperança,
Filha do amor.

Ronei Marcilio

quinta-feira, 28 de julho de 2011

ORAÇÃO

Deus, hoje toquei suas mãos, não que antes não as houvesse tocado.
Mas o toque de hoje foi mais pretensioso, foi mais que um cumprimento
Pousei minhas mãos sobre as suas, foi rápido, um instante que fica para a eternidade
Deus, como a pele dela é macia, quente.
Sabe Deus, eu senti que ela gostou do meu toque tanto quanto eu gostei.
Hoje eu vi o seu rosto bem de pertinho, perfeito, que olhos lindos ela tem Deus, você não poderia ter feito criação mais perfeita.
Os olhos dela brilham, parecem dois diamantes.
Ou seria o brilho dos meus olhos refletidos nos seus?
Sim, pois sinto que os meus brilham também.
Há Deus, por que será que o meu coração quer sair pela boca quando ela esta perto?
Foi o senhor que enviou esse Anjo para iluminar meus dias?
Se foi muito obrigado, pois ele esta cumprindo direitinho com seu papel.
Deus, hoje eu beijei o seu rosto, não que antes eu não tivesse beijado. Mas foi um beijo mais pretensioso, com mais calor.
 Senti que por uma fração de segundo nossos lábios quase se tocaram. Mas se fecho os meus olhos posso ate sentir o calor e o mel dos seus lábios.
Hoje quero deitar e sonhar com o gosto do seu beijo.
Anjos sabem beijar?
Boa Noite Deus!

Autor: Ronei Marcilio

CASA ARRUMADA


Casa arrumada é assim:
Um lugar organizado, limpo, com espaço livre pra circulação e uma boa
entrada de luz.
Mas casa, pra mim, tem que ser casa e não um centro cirúrgico, um
cenário de novela.
Tem gente que gasta muito tempo limpando, esterilizando, ajeitando os
móveis, afofando as almofadas...
Não, eu prefiro viver numa casa onde eu bato o olho e percebo logo:
Aqui tem vida...
Casa com vida, pra mim, é aquela em que os livros saem das prateleiras
e os enfeites brincam de trocar de lugar.
Casa com vida tem fogão gasto pelo uso, pelo abuso das refeições
fartas, que chamam todo mundo pra mesa da cozinha.
Sofá sem mancha?
Tapete sem fio puxado?
Mesa sem marca de copo?
Ta na cara que é casa sem festa.
E se o piso não tem arranhão, é porque ali ninguém dança.
Casa com vida, pra mim, tem banheiro com vapor perfumado no meio da tarde.
Tem gaveta de entulho, daquelas que a gente guarda barbante,
passaporte e vela de aniversário, tudo junto...
Casa com vida é aquela em que a gente entra e se sente bem-vinda.
A que está sempre pronta pros amigos, filhos...
Netos, pros vizinhos...
E nos quartos, se possível, tem lençóis revirados por gente que brinca
ou namora a qualquer hora do dia.
Casa com vida é aquela que a gente arruma pra ficar com a cara da gente.
Arrume a sua casa todos os dias...
Mas arrume de um jeito que lhe sobre tempo pra viver nela...
E reconhecer nela o seu lugar.

Carlos Drummond de Andrade

O BRILHO DO TEU OLHAR

 

Hoje senti um brilho na imensidão da luz
Que trazias no teu olhar,
Tentei seguir o seu trilho  na madrugada que me seduz,
Mas perdi-me no seu caminhar!
Colidimos na trajectória,
E tornamos o sonho realidade,
Sem metáforas e aforismos.
Ficastes na minha memória,
Num sentimento de verdade,
Neste espaço em que caminhamos!
No tempo em que tu não estás,
Eu trago-te para o meu espaço,
Na calada da madrugada,
Deixo tudo para trás,
Desenho-te num simples traço,
Tornando-te na minha amada!
Pelo brilho dos teus olhos,
Vi a chama da paixão,
Senti neles a ternura,
Vivida nos meus sonhos,
Em noites de escuridão,
Num momento de loucura!
Tens a cor do amor no olhar,
Refletido no meu poema,
O brilho é a minha rima de ti,
Nesta madrugada de Luar,
Em que faço de ti o meu tema,
Desde o dia que o senti!

quarta-feira, 27 de julho de 2011

A LAGOA PROIBIDA (ENCANTADA)

Meus pés já estiveram lá. É um lugar encantado. Lugar encantado a gente olha com o coração e não consegue descrever com palavras. Só com sorrisos. Lugares encantados escondem segredos, meninas que fazem poemas sem títulos e lagoas proibidas.
Por que inventaram lagoas proibidas? Proibir é roubar a possibilidade de conhecer, desvendar, experimentar. É roubar o direito de fazer novo o que está envelhecido.
Há um aviso: quem adentra na lagoa proibida pode se perder. Mas, quem se perde, quem se arrisca, volta mais interessante. Volta encantado e vai guardar historias para contar em noites de lua cheia. Já esta comprovado, quem se perde, volta mais experiente, mais seguro, mais ousado. Descobre cachoeiras, grutas sagradas, rios de águas cristalinas que formam ziguezague, flores raras e tesouros escondidos. Desvenda mistérios guardados em rochas e revela ilusões criadas pelo desejo.
A lagoa proibida é como a paixão. Quem se aventura, transforma-se. Ao retornar, não será mais o mesmo. Quem já experimentou sabe que a paixão marca o corpo e a alma para sempre. As marcas ficarão vivas feito brasas e o coração repleto de mistérios e sonhos. Por isso, quem deseja adentrar na lagoa proibida não pode ter medo.
Medo é esse Ente que chega de mansinho. Vai ficando, ficando só para se engraçar da testa franzida. O medo cria fantasmas e impede o vôo livre. Para o medo ir embora é preciso enfrentar a realidade. É preciso analisar, de olhos bem arregalados, os caminhos, as trilhas e as mudanças que a lagoa proibida pode causar na vida.
Se há feitiços que apagam a luz da razão, é preciso fechar os olhos e buscar a lanterna interior. Há momentos que a melhor maneira de ver é fechando os olhos, é contemplando o mistério que há no desconhecido. Aos poucos o medo vai se definhando. Só então se pode decidir entre o banho na lagoa proibida ou seguir o passeio pela Indara, cultivando o bem querer.
Lembrei de truque para não cair na lagoa proibida. Foi minha avó quem me ensinou. Mas, truques não se revelam. Guardam-se escondidos como os segredos da Indara.

Autora: Celica Vebber

* Lagoa Encantada


 Numa noite de lua cheia, Romai foi à Lagoa Proibida. Para ele não havia nada proibido. As regras existiam para serem rompidas. Aprendeu isso com um tio avô fugitivo da prisão. Tratando-se de uma Lagoa, então, o que poderia haver de proibido? No máximo poderia ser perigoso. Por isso, chamava aquela Lagoa de “Encantada”.
Romai ia descendo a passos lentos. Sentia que uma força estranha o empurrava pela trilha que contornava o paredão de pedra, até a Lagoa Encantada.  Não sabia explicar, mas tinha a impressão que seu coração iria saltitar pela boca. Parou para se controlar. Num repente, começou a ouvir uma canção de ninar. Era uma voz suave, igual a de um anjo. Jurava, jamais tinha ouvido, antes, algo tão belo, tão inebriante. Uma voz doce, quase um feitiço.  Era algo misterioso, invisível aos olhos. Algo que penetrava na alma, dando a sensação de leveza e paz interior.
Sem fazer barulho foi andando até a margem da Lagoa. Queria sentar e se deleitar com a voz misteriosa. Distraído, escorregou e caiu na água, fazendo redemoinhos. Teve medo. Será que alguém havia o empurrado? Não. Fora descuido! Então, deitou-se e descobriu uma manta de estrelas logo a cima de sua cabeça.
Onde está a voz? Ficou ali, quieto, esperando o recomeço da canção de ninar. Nada. Adormeceu. Pela manha, raios de sol faziam cócegas em seu rosto. Levantou, olhou ao seu redor, tudo estava em perfeita ordem. Ouvia-se o cantar de pássaros, o lambuzar da água e o vento mexendo a copada das árvores. Nem um sinal de vozes misteriosas ou coisas encantadas.
Naquele dia não conseguiu se concentrar no trabalho. Quando o sol se deitou na colina, novamente, foi à Lagoa Encantada. Romai já sabia o caminho. Tantas vezes havia estado lá. Tinha certeza, existia algo diferente. Os moradores da região não se arriscavam a descer à Lagoa. Contavam que pessoas haviam sumido ao se banharem. Quem teimou, nunca mais teria voltado.
Romai ia pensando nestas historias. Nem havia percebido, a voz novamente entoando a canção. Correu para lá e gritou “apareça, fale comigo, eu não tenho medo”. De subido, a voz desapareceu. Nada mais se ouvia, senão o coaxar das rãs.
Encostou-se nas raízes de um plátano desnudo. No inverno os plátanos abandonam suas folhas só para raptar mais raios de sol. Ficou ali, esperando. Nada! Porque havia gritado? Sua voz havia retumbado nos paredões de pedra. Era certo, o Encanto foi embora. Escondeu-se, mergulhou na Lagoa misteriosa, que ninguém conhecia as profundezas. Aprendeu, ele, Encanto é suave, é brisa leve, é harmonia. É o silenciar diante de tanta beleza. É contemplação, paciência e repouso.
Um desejo enorme tomou conta de Romai. Queria mergulhar nas águas cristalinas da Lagoa Encantada e desvendar a dona da voz. Lutou com todas as forças para não mergulhar. Lembrou-se de experiências passadas. Já havia se banhado em muitas Lagoas Proibidas, sem contemplar, sem enamorar, sem embriagar-se com o brilho do olhar.  Agora seria diferente.  Essa Lagoa era diferente. O cântico e o desejo eram diferentes. Então, Romai rezou: “Senhor Deus de todos os mistérios, ensine meu coração a se controlar. Que ele alce vôos sem quedas e ferimentos. Mas, se eles forem inevitáveis, ensine a recomeçar”. Não foi nessa noite que ele mergulhou. Deixou o coração na Lagoa e retornou para casa. Adormeceu, ouvindo a voz angelical que vinha de lá.
No outro dia, logo que o sol deu sinais de se encostar nas montanhas, Romai se lançou aos encantos da Lagoa. Nesta noite, levava consigo uma flauta. Fazia pouco tempo de recomeçara a tocar. Recomendações médicas. Descia pela trilha lentamente, suavemente, docemente. Sentou-se à beira da Lagoa e, de olhos fechados, começou a tocar. Nem havia percebido, a voz o acompanhava formando um belo dueto. Aos poucos foi sentindo o cheiro adocicado de flores do campo. Romai deixou suas costas tocarem na grama fina. Percebeu uma suave presença ao seu lado. Sentia um hálito quente, gosto de mel. Sabia que a manta de estrelas o acompanhava, mas não teve coragem de abrir os olhos para ver as três Marias. A lua redonda havia transformado as águas num leite bem branquinho e quente. Uma leve brisa conduziu Romai e o Encanto para o meio da Lagoa. Adentraram tão profundamente que Romai não podia mais voltar. Havia, ele, perdido-se para a Lagoa Proibida. Se retornasse, não seria mais o mesmo. Guardaria marcas vivas, incandescentes, feito brasas.
A partir dessa noite, o encontro de Romai com a Lagoa Encantada passou a ser sagrado. Fizesse chuva, tivesse estrelas, fosse lua cheia ou minguante, ele estava lá, deleitando-se com o mistério. A paz que ele sentia era inexplicável. Dizem os habitantes do local que ele nunca mais foi visto só. Em noites de lua cheia passeava pela Indara, acompanhado de um Encanto, muitos juravam ser um anjo.
Celica Vebber
* Baseado em fatos reais

quarta-feira, 20 de julho de 2011

MUDAR

Mude, mas comece devagar,  porque a direção é mais importante que a velocidade.
Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa.
Mais tarde, mude de mesa.
Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua.
Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente,
observando com atenção os lugares por onde você passa.
Tome outros ônibus. Mude por uns tempos o estilo das roupas. Dê os teus sapatos velhos.
Procure andar descalço alguns dias.
Tire uma tarde inteira para passear livremente na praia, ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos.
Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda.
Durma no outro lado da cama... depois, procure dormir em outras camas.
Assista a outros programas de tv, compre outros jornais... leia outros livros, Viva outros romances.
Não faça do hábito um estilo de vida.
Ame a novidade. Durma mais tarde. Durma mais cedo.
Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes,  novos temperos, novas cores, novas delícias.
Tente o novo todo dia;  novo lado; o novo método; o novo sabor, o novo jeito; o novo prazer;
o novo amor; a nova vida. Tente. Busque novos amigos. Tente novos amores.
Faça novas relações.
Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes,
tome outro tipo de bebida compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa.
Escolha outro mercado... outra marca de sabonete, outro creme dental...
tome banho em novos horários. Use canetas de outras cores. Vá passear em outros lugares.
Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes. Troque de bolsa, de carteira, de malas, troque de carro,
compre novos óculos, escreva outras poesias.,
Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros, outros teatros, visite novos museus.
Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as.
Seja criativo.
E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa, longa, se possível sem destino;
 Experimente coisas novas. Troque novamente. Mude, de novo. Experimente outra vez;
 Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores do que as já conhecidas,
mas não é isso o que importa. O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia.
Só o que está morto não muda! Repito por pura alegria de viver: 
A salvação é pelo risco, sem o qual a vida não vale a pena ! !

Clarice Lispector

segunda-feira, 18 de julho de 2011

FINALMENTE APRENDI....


Nessa vida aprendi que se aprende errando.
Que crescer não significa fazer aniversário.
Que o silêncio é a melhor resposta para a indiferença.
Que trabalhar não é só ganhar dinheiro.
Que amigos a gente conquista mostrando o que somos.
Que às vezes a maldade se esconde atrás de uma bela face.
Que não se espera a felicidade chegar, ela já esta dentro da gente.
Que quando penso em saber de tudo, ainda não aprendi nada.
Que a natureza é a coisa mais bela na vida.
Que um dia pode ser mais importante que muitos anos.
Que sonhar é preciso.
Que amor não se demonstra com palavras, mas sim com atitudes.
E o que realmente importa é a paz interior.
E, finalmente aprendi que dentro do contexto, não se pode morrer, para se aprender a “viver”!

Autor Desconhecido

sexta-feira, 15 de julho de 2011

POR ENTRE OS DEDOS


Hoje senti a chama da esperança se apagando dentro de mim
Hoje senti que não sou tão importante em sua vida como poderia supor
Como um punhado de areia fina escorrendo entre meus dedos
Você esta fugindo da minha vida
Onde estão os beijos ardentes?
Onde estão nossas declarações?
Nossos desejos, onde estão?
Onde esta o gosto do quero mais que tinha sempre no final?
A cada hora, a cada dia, a cada semana você se distancia de mim
E eu aqui teimando em manter acesso a chama de amor.
Procuro um sinal para saber se você ainda lembra de mim
Encontro apenas um abismo enorme, o mesmo que esta em meu peito
Mas como diz o ditado: “A esperança é a ultima que morre!”
Como areia fina você escorre entre meus dedos
Como areia fina, sempre vai sobrar um pouco na palma da mão
Você também sempre vai estar no meu coração.

Ronei Marcilio

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Teimosia

- Menina, não seja teimosa! Faça o que estou mandando.
Aprendi que crianças não deveriam teimar. Teimosia era uma coisa feia, passiva de punição, muitas vezes publicamente. Crianças teimosas eram constantemente ameaçadas de serem delatadas ao Papai Noel e, no Natal, não receber presentes.
Mais tarde, percebi que as crianças teimosas tinham vantagens. Seus desejos eram atendidos com mais eficiência do que as obedientes. As criaturas obedientes ficavam ali, engomadinhas, sentadas, esperando a palavra de ordem. As teimosas faziam-se livres, divertindo-se por romper o imperativo. Umas ganhavam elogios, outras, a liberdade da desobediência.
Crianças desobedientes foram desvendando limites - os seus e dos outros. Foram abrindo suas próprias portas, construindo seu mundo, saboreando suas conquistas, experimentando o próprio potencial. Descobriram que riscos valiam à pena: alçavam vôos e ainda ganhavam presentes.
Perceberam, os teimosos, que era necessário bater-pé, cruzar os braços, fazer bico, derramar lágrimas, arregalar os olhos e dizer: - eu quero!
É verdade que a desobediência implica coragem. Coragem para dizer não, coragem para suportar a voz grave, a cara feia, os castigos, a dor das palmadas. Mas, coragem é isso: bravura, ousadia e persistência.
Ninguém resiste à persistência. Perseverar significa conservar-se firme, insistir, expressar as suas idéias, os sentimentos dizer tudo de novo, mas com um novo olhar, um sorriso bem aberto. Coragem é a postura que se adota em relação ao medo. Se tiver uma postura firme o medo vai embora, se perder a coragem o medo cresce.
Foram eles, os desobedientes e os teimosos, os inventores da persistência.

Celica Vebber

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Anjos

- Talvez você não acredite. Não faz mal. Eu também não acreditava.
É como o arco-íris. Um jogo de cores. Uma mistura do real e do imaginário. Um desejo de passar por baixo, ou por cima. De fazer um pedido.
Quando vemos um arco-íris o coração se enche de encanto, mistérios e bons fluídos.
Com anjos por perto algo semelhante acontece. Descobri que existem duas categorias de anjos:
- Anjos que sabem que são anjos. Mas não podemos vê-los, embora estejam sempre próximos. É aquela força protetora, aquela intuição, luz apontando o caminho.
Na maioria das vezes, esses anjos passam despercebidos. Não vemos. Não tocamos, não sentimos e não acreditamos. Somos assim, pobres: só acreditamos se conseguimos ver e explicar.
- Há anjos que não sabem que são anjos. Mas, nós o sabemos. Podemos ver e tocar. Sentam-se bem ao nosso lado. Quando nos encontram abrem um sorriso feito arco-íris. Protegem, cuidam. Ensinam pela ação. Pelo amor. Estão sempre prontos. São força e ternura.
Esses anjos nada têm de extraordinário. São como qualquer criatura que você já viu andado por aí. Trabalham, choram, fazem compras. Gostam de sorvete. Apaixonam-se.
Podemos reconhecer pela doçura. Pela paciência, pelo cheiro suave. Pelo mistério que escondem. Sabe aquela pessoa que nunca fala sobre si? Essa mesma!
Conheço um anjo assim. Ele não sabe que é. Mas, já descobri sua identidade. Um anjo disfarçado. Gosta de lua cheia, de chuva escorregando na janela, de passar sob arco-íris.
Dia desses, inda roubo um beijo só para ver como é.

Celica Veber

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Perdoar


 O ato de perdoar é uma decisão. É uma ação consciente, uma atitude positiva que pode transformar a vida de quem decide. O perdão é uma demonstração de amor, em primeiro lugar a nós mesmos. O perdão nos dá forças para deixar de lado o passado, pois não há como mudar absolutamente nada do aconteceu. 
O perdão é o ato de transformar o sentimento de raiva em coragem para reescrever uma nova história, com final feliz. Perdoar não significa esquecer, significa lembrar sem dor, sem amargura, minimizando o sofrimento. Também, não significa necessariamente reconciliação. Significa curar feridas, levantar a cabeça e viver a intensidade do presente, sem a sobre carga do que já passou. 
É preciso deixar o passado se desligar do coração. É preciso não personificar demais o sofrimento, prolongando a dor e fantasiando com sentimentos negativos. Experiências dolorosas acontecem com todo mundo. Relativize. Esfrie a cabeça, e se for preciso tomar atitudes para o seu bem estar, faça com objetividade. Busque ajuda e siga em frente com sua vida. Sem desanimar, sem gastar energias com lamurias. 
A falta de perdão fecha as portas à alegria e impede a vivência plena. O principal mal de não perdoar é ficar distante das coisas boas da vida. A mente fica ocupada com pensamentos e sentimentos ruins. Fecham-se os olhos para quem realmente nos que bem. Quem não perdoa fica amarrado a pessoas e a fatos que, justamente, se quer distante. Quem não perdoa adoece, no corpo e na alma. 
O ato de perdoar é individual. Não espere pelo perdão. Conceda-o você. Sim, não é fácil perdoar! Por isso, o perdão é um ato heróico. A grande mudança é transformar-se de vítima em herói. Para isso, é preciso modificar a história de ressentimento. Em seu lugar colocar o bem viver. Em vez de nos concentrarmos nas mágoas, melhor é buscar o amor, a beleza e a bondade ao seu redor.  Estar de bem com a vida, ser feliz e se realizar é melhor vingança. 
O perdão traz harmonia e paz. Quem perdoa fica mais forte, ganha sustentação interior.  Quem perdoa cuida mais de si mesmo, a auto-estima se eleva e a vida passa a ter outro sabor.  
 O perdão humaniza, deixa a pessoa repleta de amor e ternura. Quem perdoa compreende mais as fraquezas, torna-se conselheiro para o bem. Quem perdoa descobre a beleza divina dentro de si. Descobre a capacidade de voar mais alto, de transcender, de ser superior à dor.
Celica Vebber

Alegria


Vou fazer uma ode à Alegria. Alegria com letra maiúscula, igual ente sagrado que merece veneração. A ela, uma canção, um reconhecimento, uma homenagem. Não será exatamente uma composição poética de caráter lírico, composta de estrofes simétricas. Pois, a Alegria expande-se para fora dos versos. Seus braços e olhos vão além das estrofes em justa proporção. A Alegria é menina travessa, não obedece a colóquios regulares e teima em quebrar a harmonia resultante de certas combinações discursivas. 
Vou deixar a porta aberta à Alegria. Ela é minha convidada. Se ela entrar não há espaço para a tristeza. Pois, a Alegria nunca vem só. Sempre traz alguns amigos inseparáveis: sorrisos, gargalhadas, bom humor, otimismo, disposição, força de vontade, vitalidade, desejo de viver, esperança, vida longa, amor, paixões, coragem, saúde, criatividade, doçura, felicidade, entusiasmo, abraços, bem-querer. 
A Alegria é mágica. Quando chega, tudo muda. Por onde passa deixa sua marca, seu encanto, sua lembrança. Seu jeito leve, descontraído e juvenil contagia, apaixona, gruda. Ninguém resiste à Alegria. 
Basta chamar. A Alegria vem voando feito pipa encantada. Vem dançando no azul infinito, abraçando nuvens e grafitando o nome de quem chamou. Para a Alegria pousar, no entanto, é preciso querer. Um querer de verdade, do fundo do coração. Precisa ser um querer atitude, uma opção de vida, uma escolha de corpo e de alma. 
Quem faz a escolha pela Alegria fica com um “que” diferente. Todos sabem reconhecer: olhos brilhantes, bochechas rosadas e dentes sempre à mostra. Possuem mãos carinhosas, pés inquietos, idéias positivas. São pessoas corajosas, criativas, repletas de projetos, sonhos e boas energias. 
Pessoas alegres sempre queremos por perto. Sem elas nossas festas não são festas, são simples encontros. Pessoas alegres são água para a garganta seca, luz para quem vive na escuridão e conforto para quem se amiúda diante do medo.  
Vou escolher a Alegria! Que o medo vá embora e leve consigo o passado.
Celica Vebber

Não deu certo! E agora?