Realmente...como ninguém te amou antes.... Qualquer semelhança não é coincidência é realidade!

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Coração Indomado


É assim que chamo meu coração: indomado. Coração indomado é aquele que se faz livre diante de todas as barreiras sociais. É aquele que transforma ilusão em realidade, fantasia em história e o sonho, divide-o com alguém.
Sob ele, a razão pede a voz de mando. Há regras para obedecer, diz a razão. Não podes te perder na embriagues da paixão. Saia já deste lugar e abra a porta para que eu possa entrar. Mas, o coração fica ali, silenciando. Num distrair da razão, o coração abre os braços, enfeita o rosto com um enorme sorriso igual arco-íris e se entrega à paixão.
Entregar-se à paixão é remoçar. Isso mesmo: quem se apaixona esquece de morrer. O corpo ganha nova vitalidade, a pele transpira emoção. Os olhos brilham feito estrelas em noites de lua adormecida.
Renasce, quem se aventura à paixão. Fica igual menino moleque, a espera de presentes. Brinca com a vida, gasta o tempo a espiar pela janela. Em dias de chuva, molha-se à toa ao correr de lá para cá, sem capa de chuva - só para sentir os pingos a escorrer pela testa. Em dias de sol, deita-se em baixo de uma árvore, a espera de uma folha dançando ao vento, solta, livre – igual seus pensamentos.
O coração indomado aventura-se ao feitiço da paixão. Quer descobrir segredos, testar a macies dos lábios, lambuzar-se no favo de mel.  Não tem medo, nem se assusta. De olhar firme e confiante se lança ao horizonte, feito água em cascata. Ousado feito correnteza, vai deslizando, sobrepondo barreiras, desenhando caminhos, até extasiar-se na grandiosidade do amor. 
O indomado deixa a razão para traz. Ela fica apequenada, quase deixa de existir. - Para que tu serves, oh razão? Provoca o indomado. Para me prender em tuas teias? Outrora fora uma forte emoção, esqueceu? Mas, petrificada, se transformou em regra, ganhando status de lei. O que posso fazer diante da paixão, senão me deixar enamorar? Sabes tu, oh razão, que a paixão é força viva, é brasa que incandesce a alma. É sol que chama a primavera, é broto anunciando nova estação.
Tu, oh razão, se não experimentaste a inquietude do espírito ou a doçura da paixão não poderá ser conselheira do amor. Tampouco conseguirá ver o mistério da lua cheia, não encontrará graça na rosa desabrochando, nem conhecerá os segredos das gérberas.
O que será que Deus pensa sobre o coração indomado? Tenho certeza: Deus também se fez indomado. Senão, quisera Ele dar-se a conhecer, mostraria a face, deixaria ser tocado. Mas, não! Deus se faz livre de tudo o que se possa imaginar. E para encontrá-lo é preciso estar apaixonado. É preciso viver com o coração pulsando de alegria. Contemplar, sem pressa, a abelha pousando na flor, o pássaro entoando uma canção de ninar e o vento assoviando ao seu amor.
Razão, não fique amarga se eu me perder ao querer me encontrar, se eu romper cadeados ao invés de trancá-los. Sei que me chamas de Indomado, mas quisera eu prender-me a um amor sereno. Fique perto de mim, assim, juntos podemos encontrar o equilíbrio para melhor viver. 

Celica Vebber
Jornalista

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não deu certo! E agora?